claudemir pereira

O quarteto de deputados daqui e as suas chances de permanecer

De pronto, se começa em situação melhor que há quatro anos. Então, eram deputados por Santa Maria os petistas Paulo Pimenta (federal) e Valdeci Oliveira (estadual). Para a Assembleia seriam dois, mas Jorge Pozzobom, eleito em 2014, vencera a eleição municipal e era prefeito em 2018.

Para a Câmara dos Deputados, a situação não mudou, mas, ao Parlamento gaúcho, a base já é significativamente maior. Afinal, são três deputados buscando, com boas chances, a reeleição.

O mesmo Valdeci Oliveira e também Giuseppe Riesgo (Novo), uma das surpresas de quatro anos atrás, e Roberto Fantinel (MDB), que encerra o primeiro mandato como titular, após um ano de interinidade.

Esse quarteto vai à disputa outra vez e aos mesmos cargos. Pimenta, houve quem imaginasse (ou torcesse), poderia ir ao Senado. Não vai. Concorre ao sexto mandato consecutivo em Brasília.

Presidente da seção gaúcha do PT e com presença estadual expressiva, são muito grandes as possibilidades de nova vitória eleitoral e manutenção da presença santa-mariense em Brasília. Ele que, por sinal, é um dos articuladores eleitorais da pretensão de Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Planalto. O que, em tese, lhe dará, de inhapa, ainda maior visibilidade junto ao eleitorado.

Já os três pretendentes ao Palácio Farroupilha também têm seus trunfos e que, ao final, lhe garantem vantagem eleitoral e pode levá-los a um novo mandato.

Valdeci Oliveira chega ao cume de sua trajetória presidindo a Assembleia Legislativa. Como plus, nesse último ano de mandato, afora prestígio pessoal e eleitorado consolidado, especialmente em Santa Maria e região, ganha espaço em todo o Rio Grande. A tendência é que isso o ajude a ampliar a votação que já ostenta.

Giuseppe Riesgo, que há quatro anos foi uma surpresa das urnas, chega experiente à segunda disputa, depois dos pouco mais de 16 mil votos que, com a força de sua legenda, o levou à vitória eleitoral em 2018. Coerente com os princípios partidários, terá que melhorar seu desempenho para renovar o mandato. É possível, se imagina. A conferir.

Por fim, Roberto Fantinel. Não há um só observador desconfiado. Havia antes, mas ele dobrou a todos alcançando 29,7 mil votos na primeira disputa estadual. Com trabalho constante e agora a estrutura de deputado, "se não fizer bobagem", a tendência é ampliar essa votação e virar titular desde o primeiro dia.

Resumo da ópera: há percalços pelo caminho. Mas são bastante razoáveis as chances de Santa Maria, no mínimo, manter sua representação. No mínimo.

Novatos ou veteranos, eles também querem uma vaga

É possível dizer que, para ficar em pouco exemplos, a vida não será nada fácil para Luciano Sampaio e Maria Helena Rodrigues, do Republicanos. Ou Zaloar Soares, do PP, e Gerri Machado, do Avante. O mesmo para Dieisson (Didi) Calvano, do PSD, por mais que, talvez, tenha Eduardo Leite "puxando" votos.

Quem sabe ficará difícil também para Maria Rita Py, do PC do B, especialmente se opção for a Câmara dos Deputados. Da mesma forma, é possível adivinhar dificuldades para Paulo Ricardo Pedroso, do PSB, ou Givago Ribeiro, do PSDB, que tendem a estar nas urnas de outubro - da mesma forma que a psolista Alice Carvalho ou o neo PL Ewerton Falk e Tony Oliveira (Podemos).

Exceção feita a Didi e Alice, os demais são estreantes nessa disputa que taaalvez tenha também Francisco Harrisson, do MDB, que já concorreu em 2018.

Mas, certamente, nenhum talvez ostenta mais chances - seja pela estrutura partidária, experiência e votos já obtidos em pleitos anteriores e privilégios de suas agremiações (um que outro deles) que os nomes a seguir, e que também gostariam de se juntar aos atuais deputados santa-marienses.

São eles: o novato (e cercado de grande expectativa do PDT, sua sigla) Paulo Burmann e os escolados, seja em nível local ou regional, Admar Pozzobom (PSDB), Fabiano Pereira (PSB), Marcelo Bisogno (PDT), João Ricardo Vargas (PP) e Werner Rempel (PC do B). Terão sucesso? Não se sabe. Mas largam na frente dos outros desafiantes, é a sensação.

Em tempo: esse quadro, claro, ainda pode se modificar bastante e a coluna voltará ao tema até julho/agosto, época das convenções. E alguns dos listados correm o risco de ser sacrificados, se uma ou outra federação partidária acabar criada. Fabiano e Rempel, por exemplo, assim como Maria Rita e Paulo Ricardo, podem concorrer. Ou não. Dependerá de arranjos internos, se vingar a complicada aliança federativa entre PT, PSB, PC do B e PV.

Salerno não renuncia e mira a Famurs. Pozzobom também fica

NÃO SAI - Paulinho Salerno (foto), até outro dia cotado para concorrer a deputado federal, pelo MDB, bateu o martelo: está fora. Para concorrer, teria de renunciar à prefeitura de Restinga Sêca. Olha a explicação dada à coluna:

"Cumprirei meu mandato integralmente. Tive uma votação de praticamente 77% dos eleitores, o que me dá uma responsabilidade de seguir com o trabalho que estamos fazendo no município. Agora, estou focado na continuidade e na escolha do MDB para à presidência da Famurs (Federação das Associações de Municípios do RS), que neste ano será indicado pelo MDB.

Portanto, não vai às urnas. E deu outra informação: é candidato à indicação de seu partido à presidência da entidade que representa as comunas gaúchas. E já faz campanha junto aos 135 prefeitos e 125 vices que o MDB tem no Rio Grande.

TAMBÉM NÃO - Outro que não renunciará para concorrer, como o leitor da coluna está careca (perdão) de saber, é o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom. Diferentemente de seu líder estadual, Eduardo Leite, que, são todos os indícios, vai largar mesmo o Palácio Piratini em busca do sonho de chegar ao Planalto. Aliás, diferentemente do que a coluna disse na semana passada (obrigado ao leitor Lisandro, pela correção), Leite só não precisaria renunciar se concorresse à reeleição.

LUNETA

GRAVE ERRO

Forrobodó na formação das comissões temáticas indica um clima belicoso no início dos trabalhos legislativos em Santa Maria. Sem fazer juízo de mérito, nem buscando culpados, é possível dizer, com absoluta certeza, que os brigões da Câmara cometem grave erro de avaliação se eventualmente acharem que estão agradando ao eleitorado, com seu comportamento agressivo e beligerante. Definitivamente, não estão.

A SEMANA

O deputado emedebista Roberto Fantinel teve sua mais vitoriosa semana na Assembleia Legislativa. Além de confirmada a titularidade (com a saída de Edson Brum para o Tribunal de Contas do Estado), virou presidente de uma das principais comissões temáticas do parlamento, a de Educação. Que já tem até confirmada a presença da secretária estadual Raquel Teixeira, para falar do Novo Ensino Médio.

EX-DEMISTAS

Ex-filiados ao extinto Democratas se encaminham em massa para o PL, a agremiação escolhida por Jair Bolsonaro e, no Rio Grande do Sul, entre outros, pelo pré-candidato ao Piratini, Onyx Lorenzoni. Mais que isso, preparam um super evento de filiação na capital, em 22 de março. Entre os que compõem a caravana dos que não quiseram permanecer no sucedâneo União Brasil, está o santa-mariense Manoel Badke.

A PRIMEIRA

O Cidadania aprovou a Federação com o PSDB - a primeira a ser confirmada, aliás. Ela deverá ser formalizada até o final de maio e implica em obrigatória unidade nacional. Detalhe: Any Ortiz, o principal nome do partido no Rio Grande, e citada como possível candidata ao Palácio Piratini, assim será apenas se os numericamente maiores tucanos (com Eduardo Leite, bem entendido) concordarem.

PARA FECHAR!

Poucos se dão conta das consequências objetivas de uma Federação. Exemplo? Com caráter nacional, os agrupamentos criados não poderão ter dois candidatos a governador. Na prática: no Rio Grande do Sul, se PT, PSB, PC do B e PV estiverem mesmo juntos, obrigatoriamente Edegar Pretto (PT) ou Beto Albuquerque (PSB) terão que se decidir. Apenas um deles poderá concorrer ao Palácio Piratini. Pooois é.

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